quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Dia 14- Dia a Dia - Lar doce Lar

Isto de contar histórias de viagens e aventuras é muito giro, mas ao fim e ao cabo a maior parte do nosso tempo é passado na vida do "dia a dia", aquela onde muito pouco acontece para além do "hábito". Como tive a sorte de mudar de quotidiano e como já se passaram 2 semanas desde a mudança, posso dizer que já sei o que é o meu dia-a-dia aqui. Sendo assim posso-vos mostrar onde passo as minhas 24h normais nos USA. Perdoem-me a egocentricidade...
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O meu quarto, não é pequeno, é acolhedor. Dotado de uma escrevaninha e de uma cama, tem prateleiras suficientes para pôr toda a roupa que poderia estar num guarda-roupa. Estando equipado com três ou quatro cabides as camisas dificilmente ficarão enrrugadas se forem tratadas com zelo. Vem equipado com termóstato em Fahrenheit (irreverentezinho) e situa-se preferenciavelmente entre os 68 e os 70 ºF. Todas as manhãs vêem com novas toalhas, um tubito de champoo, um de gel de banho e um de creme de corpo e ainda a cama feita. Chique! A vista dá para o lago e para umas árvores catitas. De vez em quando vêem-se uns patos e gansos a migrar pró Brazil, em busca de off-shores. (na foto não se vê porque é de noite e eles devem estar a dormir)

Todas as manhãs quando acordo vejo a luz ao fundo do túnel a caminho para a casa de banho. Estou a dormir no Blackford Hall building, mesmo por cima da cantina do campus, e dois andares acima do bar. Agora que o laboratório está aberto não morro à fome de certeza. Até agora este corredor é só para mim.Não há mais hóspedes e as únicas pessoas que encontro são as mulheres de limpeza. Como a maior parte dos que trabalham na limpeza, na cantina, na jardinagem são ou latinas ou africanas. Os ocidentais não costumam gostar muito destes trabalhos...

Chegado à casa de banho aqui está o chuveiro. Vocês já viram como a sanita é, agora apresento-vos o chuveiro ! A inspiração deve ter vindo do "cartier" nobre da capital holandesa, pois como podem ver, o chuveiro vem incluido com o tom de vermelho "porno", lâmpada e exaustão, tudo sem interruptor. Aqui não podem ver, mas a torneira para o chuveiro não vem em tons de água quente/água fria. Não percebi muito bem ainda como funciona a coisa mas entro sempre 5 minutos antes de tomar banho, rodo o manípulo e espero até que a água fique quente. Não sei quem decide o que é quente ou morno mas de certo não sou eu. Não há free-will no duche matinal. Para os que ainda se estão a perguntar o que raio é que está ali a fazer a lâmpada vermelha eu digo-vos... é para fazer calor quando a gente sai do duche, tipo para assar frango, estilo forno eléctrico. É bom, mas não convém ficar muito tempo ali debaixo pra não queimar o cucuruto.

No próximo post mostro-vos o lugar onde trabalho. Até lá.
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2 comentários:

Anónimo disse...

Confesso. Esta coisa de corresponder através de um processo estranho,são cinco e uns minutos,a um amigo que, me lembra,o vomitório do Liceu Passos Manuel....em Lisboa...

Bom.

Teria tanto, para te contar.

E não tenho tempo. Que o tempo voa, entre o tal de Passos, e algo, que não voa.Insiste, em não voar,

Um abraço

• pO • disse...

Ver o teu quartinho que é teu mas eu não conheço faz-me sentir irremediavelmente longe...
Mas sem tristezas! Só um gosto de ti diferente dos outros...