quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Dia 60(?) - I've Hurt Myself Today

O estado lastimável em que as minhas perninas e os meus bracinhos ficaram após a última segunda-feira fizeram-me lembrar a canção do senhor Cash... Ou numa versão mais para o sofridozeco rockeiro.
Claro que não há razão para tanto dramatismo. Aliás, não há razão para nenhum dramatismo. Foi o meu primeiro dia de snowboard e é claro que me tinha de magoar, cair com a fuça na neve, uma e outra e outra vez. Mas vale a pena comer neve, levar com as cadeiras do elevador no meio das costas (ninguém me explicou como se apanhava aquilo), calçar aquelas botas lunares e malcheirosas, arriscar os traumatismos múltiplos, subir colina acima, para deslizar colina abaixo. E digo-vos, desliza-se bem pela neve. E quando se consegue parar, ainda melhor! É um bom desafio tentar ir ficando melhor a cada descida que se faz.
Aqui o Cold Spring Harbor Laboratory organizou uma saídinha grátis para a neve para os empregados e suas famílias que quisessem fazer 3 horas de viagem para o Norte do estado de NY, até às montanhas de Cathills. Simpáticos estes senhores dos recursos humanos... Eu apanhei boleia de um colega meu, fiquei a dormir em Queens e levantámo-nos todos às 5 para lá chegar ainda com tempo. É sempre bom experimentar estas coisas com uma pedrada de sono em cima! no final, não obstante o estado lastimável, ainda apanhei um belo bronze!
Recomendo a todos os meninos e meninas que se aventurem pela neve. Para quem está pelas terras de Camões, mais vale dar um salto ao pé de Granada ou ficar quietinho à espera que o Verão a sério chegue para se vingarem no mar salgado. Para os restantes, espalhados em países mais fresquitos, experimentem, vão ver que vale a pena e não custa muito... tramado tramado, é mesmo levantar-mo-nos no dia seguinte.
Posted by Picasa

5 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia.

hoje um belo poema de Eugénio de Andrade

" Com as aves aprende-se a morrer
Também o frio de Janeiro
enredado nos ramos não ensina outra coisa,
dizias tu, olhando
as palmeiras correr para a luz.
Que chegava ao fim.
E com elas as palavras.
Procurei nos teus olhos onde o azul
inocente se refugiara.
Na infância, o coração do linho
afastava os animais de sombra.
Amanhã já não serei eu a ver-te
subir aos choupos brancos.
O resplendor das mãos imperecível."

" O meu pai nunca me deixou entrar aqui..."

" À falta de melhor toco-me com o dedo no vidro "

Do padeiro de Aljubarrota

Para a Gloriosa América

com beijos e abraços do

velho Dylan

http://br.youtube.com/watch?v=A4nPJ-YYHBc&NR=1

Anónimo disse...

Bom

Para que se encontre a história

o Terrorista voltou.

Se bossas excelências tiverem 7 dos minutos.

Aqui fica

Uma das mais trágicas e injustas participações da USA no Mundo Livre.

Um dia, na América, um povo escolheu um caminho e um Presidente

Seria um Chile livre

Provavelmente justo

e morreu justo o que a USA não permitiu ser livre

São uns minutos....

http://br.youtube.com/watch?v=LkKyJWGoEts

Para não repetir

Anónimo disse...

Viva a ilari e o tal que não sendo parece que é.

Hoje parece-me bem deixar no local onde o meu amigo deixou de escrever, o home do leme

Para que este nosso amigo que está no estrangeiro se orgulhe das boas coisas que o people faz ainda

http://br.youtube.com/watch?v=GJlojHXTKuw

com beijos e abraços do terror das pradarias

o padeiro de aljubarrota

Anónimo disse...

Não poderia deixar de lembrar numa atitude provocadora o José Mário Branco e o fatal FMI.

AQUI VAI

Tenham paciência....

a primeira parte

http://br.youtube.com/watch?v=ZUJts90HIHc

e depois

a dernier parte

http://br.youtube.com/watch?v=wj7LKI8rIUo

Giro e justo!

O Deputado da UDP na AR.

Viva o poder popular !

P.S.

Na Regaleira, uma optima forma de entreter a criancinha, o Tapa Furos substitui o pai e a mãe.....

ahahhaaaha

o gajo de Aljubarrota

o tal terrorista

Anónimo disse...

Nunca, até "Ser Solidário, um cantor se expusera desta maneira. Quem assiste mais de uma vez ao espectáculo, vê a cena repetir-se, como um ritual, noite após noite. Num crescendo, a música vai conquistando espaço poder entre a plateia, rendida em aplausos. Quase duas horas após o inicio já num estado de "aquecimento emocional" (como lhe chamou José Mário Branco), o público exige o regresso do cantor ao palco. É então que ele apresenta o tão ansiado "FMI". "Um texto que eu escrevi de um só jorro, numa noite de Fevereiro de 1979". Começa irónico, mordaz, a provocar sorrisos de autocomplacência ou assentimento. Mas depressa impõe um pesado silêncio pelo tropel das palavras, o desafio, o insulto. Partindo de um tema que no discurso musical lembra "Talking Union" de Pete Seeger, José Mário Branco evolui para algo muito mais próximo das inivectivas radicais de Ferré ou da ironia provocatória de Almada Negreiros na "Cena do Ódio". Mas vai mais longe: como numa espiral, a raiva acumulada cede lugar ao choro, ao sussurro, ao desencanto. "Não pode haver razão para tanto sofrimento...", diz, em voz velada, exausto, passada a violenta tempestade de sentimentos contraditórios que o leva a gritar bem o seu ódio ao vazio: "Mãe, ó mãe!! / Eu quero ficar sozinho / Eu não quero pensar mais. / Quero desnascer / Ir-me embora / sem sequer ter de me ir embora..." Mas a esperança subsiste para lá de todas as tempestades do espírito. E o deserto consente a miragem redentora, a vitória da luz sobre as trevas, o "d" de solidário a afastar o "t" de solitário (trocadilho presente na capa do disco e inspirado num conto de Camus) num abrir de braços para um futuro sem tempo, algures no cosmos: "O meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram". Assim "para lá da vida". "Por sobre a morte". Para concluir, na simplicidade da paz reencontrada: "Diz lá, valeu a pena a travessia?... Valeu pois."

Nascido na ressaca do processo de expulsão da Comuna, com retroactivos por ter sido expulso do PCP(R) em 1979, o "FMI" surge para José Mário Branco da "necessidade de encontrar um sentido para a vida fora dos clichés ideológicos". E é, tal como a primeira peça do Teatro do Mundo ("A Secreta Família", estreada em Julho de 1979), uma espécie de "vómito" emotivo. "Um texto profundamente confessional e catártico, uma conversa que me é permitida exclusivamente com a gente da minha geração... E na qual as outras gerações (a de antes e a depois) são só atingidas por tabela" ("Expresso", 9/4/82). Daí que, em 1982, o "FMI" surgisse num disco à parte, em maxi-single, e selado com seguinte indicação: "Por indicação expressa do autor fica proibida a audição pública, total ou integral deste disco."

Passados quinze anos sobre a primeira edição, "Ser Solidário" acaba por reencontrar em CD o formato original , com o "FMI" como estação derradeira de uma viagem proposta ao longo das restantes quinze canções, compostas em parte entre 1979 e 1980, e onde se cruzam e fundem como num caleidoscópio, da balada urbana ao rock, passando pelo jazz, a marcha, o fado, a chula.