quarta-feira, 5 de março de 2008

Utah - Na Mormandia



Passei os últimos dias em Salt Lake City, no Utah, lá prós meios do lado oeste do país. Fui para lá a pretexto de uma conferência de neurocoisas, cheia de pensantes de renome, nestas coisas do pensar.




O Utah é um estilo de terra santa para os mórmons. Fui passear ao que eles chamam de "o templo" e logo à entrada da zona heis que aparecem duas jovens mormons a perguntar se eu queria uma visita guiada, que era de graça, que eram só 30 minutos. Confesso que eu, e o meu amigo japonês, tínhamos ido de propósito ao sítio para ver o que nos tinham dito serem umas cândidas raparigas ao serviço do senhor. (os mórmons são conhecidos, entre outras coisas, por terem sido, durante muito tempo, uma sociedade polígama).


Aceitámos a visita e o resultado... uma lavagenzita cerebral bem simpática. As moças passam 18 meses em "serviço" ali. Estão representadas mais de cem nacionalidades e eles gabam-se de que todas as línguas com maior representação são ali faladas. Eu não fui muito esquisito e não pedi uma falante de brasileiro, fiquei-me pelo inglês, de Arkansas e do Ohio. Para ser justo, há uma grande dose de boa vontade e felicidade naquela gente. Mesmo que seja uma boa vontade e felicidade ... estranhas. Mas afinal, o que sei eu!?... Esquisito são mesmo os velhos e respeitáveis mórmons, com ar de rebarbados com uma confiança religiosa "legítima" que os desculpa toda a rebarbadice. Creepy!


_________________________




Ao fundo o tal templo. Pensei que a viagem passaria por ali, mas pelos vistos só mórmons, e apenas em certas ocasiões, é que podem entrar naquele género de convento de mafra, mas em pequeno. Ao lado, a redoma pertencente ao pavilhão onde canta o coro e se fazem umas missas. Tudo isto foi construído do nada pelo povo mórmon. Conta a história que um jovem rapaz chamado Joseph Smith (Zé Silva), resolveu que queria escolher uma religião, mas não encontrou nada de jeito. Como nestas coisas normalmente acontece, lá lhe apareceu o Senhor e o Senhor Jr. a dizer que tava tudo errado nas outras igrejas cristãs e que ele tinha sido escolhido como o novo profeta (CEO) do novo Franchise dos últimos dias. O jovem Zé lá foi espalhando a palavra do Senhor e, como normalmente acontece nestas coisas, ele e os seus seguidores foram sendo expulsos desde NY até chegarem ao cu de Judas (salvo seja), que é Salt Lake City com o seu um lago salgado..Como mais ninguém queria aqui viver, lá deixaram os mórmons em paz. Após algumas matanças de índios (isto suponho eu), o povoado foi estabelecido e o quartel-general do franchise ficou por este sítio ermo no Utah. Para ser mais fiel com a história, não foi o jovem smith que levou o seu povo a Salt Lake mas um outro "profeta". Smith não chegou a Salt Lake visto que foi morto por uma multidão furiosa do Illinois, isto depois de se ter tornado general e candidatado à presidência dos USA. Uma forma de vida bastante comum no mundo da profecia.



Algures durante a visita guiada somos levados a uma espécie de planetário com uma estátua de cristo (lindissima e espectacular, de acordo com as duas guias). Ali somos convidados à introspecção enquanto ouvimos Cristo (sim! ele próprio) a falar de forma hollywoodesca através dos speakers. Começa com: "I am the Son of God..."e por aí fora. De acordo com o livro dos mormons, parece que Cristo após aquela coisa toda da cruxificação em Jerusalém, ascendeu aos céus e "voou" sabem para onde?... pois claro... para a América. Cristo foi para a América. Como eu, eu também fui para a América. Não sei bem o que fez por cá, nem quando se decidiu a partir, mas decerto que a informação deve vir no tal livro. Depois desta sala levaram-nos para um outro sítio onde nos mostraram as obras de caridade que a comunidade faz (até que é impressionante) e deram-nos um planfetos, umas coisas para meter a morada, o telefone e tal e lá me fui embora, confuso da cabeça. Sei o que podem estar a pensar, e a resposta é não, claro que não lhes dei os meus dados verdadeiros. Fiquei de fazer uma boa acção nesse dia, acção essa que viria a ser a de ter pago um shot num bar ao tal amigo japonês. Ele em retribuição fez a boa acção de me pagar uma cerveja.




No Domingo saímos de Salt Lake City e a conferência passou a ser numa montanha num sítio porreiro onde, pelos visto, se encontra da melhor neve para ski na América O sítio era porreiro, tinha uma piscina (mesmo com toda aquela neve) e de facto a neve era de facto fofinha. Experimentei num dos intervalos da conferência fazer snowboard e, mesmo tendo passado no chão 60% do meu tempo, o resultado não foi tão desastrosamente doloroso como da primeira vez. Depois de ter feito sempre a mesma descida fácil, armei-me em campeão, e fui para uma coisa maiorzita, também para iniciantes, mas uma coisa mais vistosa, mais alta, com curvas e onde a vertigem aperta os garganetos quando estamos a subir no elevador, sobre as árvores e as rochas, no caminho para o topo. Claro que aquelas descidas metem medo como o raio... especialmente quando não se sabe virar a prancha para um dos lados.... Portanto, está-se mesmo a ver que resultado não foi muito brilhante, o stress foi muito, ainda me perdi pelos trilhos e tive de descer coisas complicadas, sempre para além do conforto que a minha habilidade actual no snowboard me poderia proporcionar. A coisa é díficil e é pena que não se possa praticar na santa terrinha... mas ora, há outras coisas...que venham as ondas!!


________________
E foi assim, um resumo dos meus últimos 5 dias. As fotos não são muitas nem são muito boas, não tive muito tempo para sair com a máquina, mas fica a ideia. A ideia que não fica é da o fascínio que o contraste de um sítio como este acaba por transmitir a um olhar mais destreinado. Esse fascínio guardo-o eu num outro álbum mais junto ao peito.


Posted by Picasa

Sem comentários: