Deixo-vos um discurso que devem ter ouvido falar nos últimos dias.
Reparem como o discurso está tão bem planeado e montado. Os aplausos ocorrem quando a cabeça já está cansada de tanta conversa. Reparem também no fundo com bandeiras gigantes e fundo azul. E nas poucas vezes que Obama tem de olhar para a cábula, num discuro de meia hora, tão bem treinadinho que está!
Mas reparem também nas palavras deste homem e na esperança que o discurso transmite. E, mesmo sabendo que tudo isto é muito bem engendrado e moldado e não totalmente sincero porque tem de agradar a gregos e a troianos e assim é a política, deixem-se levar um pouco pelas palavras deste senhor, porque são realmente inspiradoras e, indiscutivelmente, nada semelhantes às medíocricidades a que estamos habituados.
Deixo-vos com um dos retratos da América que visitei, de Harlem a Brooklyn, com palavras açucaradas para o ouvido americano, feito pelo senhor do momento, desse processo novelesco que são as eleições para a presidência, deste que é o mais esquizofrénico dos países que já encontrei.
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Com isto fecho este blog.
Obrigado por me terem visitado durante estes dias. É sempre bom saber que alguém nos vai acompanhando, que não estamos sós mesmo quando andamos sozinhos.
Divirtam-se, vão dizendo coisas vocês também, as alegrias só duram realmente quando são partilhadas.
Fiquem bem. E vivam com um bocadinho da dose certa desse tão característico e inato sorriso americano, mesmo que este não seja mais do que o sorriso da Winnie de Happy Days... oh! this is what I think it's sooo wooondeerfull!
gil
sexta-feira, 21 de março de 2008
Para finalizar...
terça-feira, 18 de março de 2008
80 dias na Gloriosa América
Antes de mais quero confessar que o título deste blog esteve sempre invariavelmente errado. Terça feira de madrugada estava já em território Luso. Dia 17 de Março. Dia 27 de Dezembro foi a minha data de chegada às Gloriosas Índias Ocidentais. Somando tudo dá mais ou menos 80. Fica então, 80 dias na Gloriosa América.
Os meus últimos dias na América foram de despedidas, jantar de sushi em Syosset, bar de sake na East Village, concerto de R&B na Bowery, passeatas pelo Central Park, pelo MeT, pelo SoHo, St. Patricks Day Parade, com muito Irlandês e verde por todo o lado e finalmente um avião da TAP.
Não vos deixo fotos destes dias. Foram mais uns de passeata. Deixo-vos uma bela composição sobre a América que encontrei.
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A América que Encontrei.
A América que encontrei estava cheia de carros grandes e pessoas simpáticas que nos perguntavam se estava tudo bem cada vez que pedía um baggel com creme de queijo, apanhava um táxi ou comprava uma t-shirt catita. Estas pessoas simpáticas eram muito simpáticas porque ou ganhavam à comissão, ou ganhavam à gorjeta. Por isso tinham mesmo de ser muito simpáticas. Mas não era só por isso. É também porque a América que encontrei está cheia de pessoas positivas, que não se deixam ir abaixo e tentam fuçar na vida até que esta lhes corra bem, sempre com 1) Objectivos 2) Estratégias 3) Ambição 4) Auto-Confiança e por aí fora.
Na América aprendi muitas coisas, principalmente no meu trabalho, e gostei da forma como os americanos são apaixonados pelo que fazem. No meu caso, pela ciência que fazem. Mas também podia ser pela música que fazem ou por outra coisa qualquer que façam. Também podem não gostar nada do trabalho mas os americanos são sempre simpáticos, por isso não se nota. Só são antipáticos quando estão rabujentos. Mas isso não faz mal, porque têem direito a ser rabujentos.
Os sítios que gostei mais de visitar foram: Greenwich Village, East Village, Williamsburg, Harlem e o Central Park. Também gostei da neve no Utah. O sítio que não achei piada nenhuma foi mesmo Salt Lake City. A Chinatown também não teve grande piada porque aquilo é só restaurantes. O que gostei mais de comer na América foi toda a enormidade de sushi que acabei por comer. O sushi é muito bom. Gostei muito de ir ao teatro, à ópera, a um musical e essas coisas da cultura. Na América muita gente de boas famílias dá dinheiro à cultura para ter umas cadeiras com o nome delas e o nome delas nos programas dos espectáculos, boa vontade essa de que eu gostei muito.
Na américa há muitos judeus, católicos, cristãos diversos (evangelistas, mórmons, jeovás), budistas, alguns muçulmanos e outros que tais. E por isso há muitos deuses na américa e por isso é uma terra abençoada.A América tem muitas culturas, religiões e línguas, e as línguas que se ouvem mais são o espanhol e o americano. Também se fala muito chinês e um pouco japonês. Era sempre muito divertido passear por todo lado porque se via sempre toda a gente diferente de toda a gente e a vista nunca se aborrecia.
A América que encontrei estava mergulhada numa crise económica, em guerra lá nas arábias, com um presidente muito estúpido e em campanha eleitoral para as presidenciais de final deste ano. A política na américa é como as telenovelas. Aliás, é como a SuperBowl. Antes das eleições só se falava na superbowl, depois só se falava nas eleições. Na superbowl ganhou a equipa de NY e toda a gente ficou contente. Nas eleições falta ver quem ganha pelo lado dos democratas, e nos republicanos já ganhou um velho. Nos democratas estão a lutar uma mulher e um preto.
A crise económica é tal que o dólar estava a 1.5 euros, isto quer dizer que estava muito rico quando estava na américa e os hamburgueres ficavam-me mais baratos do que o costume. O gasóleo e a gasolina também estavam muito caros e toda a gente se queixava porque os carros na américa são grandes e gastam muito. As bolsas estavam sempre a flutuar e os investidores tinham os nervos em franja e havia muitas pessoas com mais que um trabalho e às vezes com mais que dois trabalhos para poderem pagar a casa e o crédito, porque se não pagassem eram postos na rua e depois era uma chatice. A somar a isso tudo os chineses tinham a América que encontrei agarrada pelos c*lhões porque a América tem uma dívida externa de b*liões com a China. E a China está aí para meter medo a toda a gente, inclusivé ao Tibete, e eu espero que os americanos peguem nas metralhadoras e libertem o tibete, e matem muitos chineses e conquistem aquilo tudo para ficarem com uma dívida mais controladinha. Mas isso não vai acontecer porque os Americanos estão todos borradinhos em relação à China, muito mais do que em relação à Rússia.
Espero que tudo corra bem com a América, porque agora gosto mais da América do que dantes, mas dantes só sabia dizer mal porque nunca lá tinha estado e agora já sei porque digo mal e também sei o que dizer de bem. God Bless America.
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Resumo:
Gostei muito da América que encontrei.
Quero voltar e ver como a América que encontrei estará transformada numa América diferente. Porque a transformação é sempre boa. O que não quer dizer que o transformismo também o seja.
No meio de todas as crises na América (sociais, económicas, políticas e tal) quem se ri é mesmo este meu amigo:
quinta-feira, 13 de março de 2008
quarta-feira, 12 de março de 2008
Aha! Xinga Xonga
Estas casinhas e bonequitas não são propriamente para a miudagem andar a brincar.
Não sei o que fazem com elas, mas calculo que as ponham a arder, para acalmar os espíritos pirómanos... Toda a gente gosta de pôr coisas a arder quando alguém vai desta pra melhor!
terça-feira, 11 de março de 2008
Penúltimo fim de semana (em Hong Kong?)
Canal Street with Broadway- grandes placards a anunciar um whysky... em chînês. Nem vale a pena esforçarem-se muito para se integrarem, se até a boa pinga se deixa anunciar em mandarim.
a boa pinga e a boa trinca...
Ainda me enchi de coragem e entrei por um jardim autóctone adentro para ver o que vários destes senhores estavam a jogar. Não percebi muito bem, e confesso tive medo de perguntar, não fossem eles mandarem-me um olhar Maoento. Aliás, o mais provável era mesmo não perceberem o meu pobre inglês. (este meu preconceito já me chateia). O que me parece é que é provavelmente uma coisa tipo xadrez, ou o equivalente tuga.. a bisca lambida no Príncipe Real.
Penúltimo Fim de Semana
Finalmente. Ao Domingo à tarde, Basebal. Pelo que percebi, isto era mesmo um jogo entre duas equipas de bairro, com claque e tudo. A claque são aqueles senhores ali do lado esquerdo, com aspecto de gang mexicano e carros estacionados a bombar da bela música latina. Do outro lado do campo, uma equipa de Judeus vestidos de preto e com aqueles caracóis esquisitos treinava-se, provavelmente para o jogo seguinte. Há que dizer que visto de perto, o jogo até tem a sua piada. É ver com cada sticada na bola! PANG!
Andando um pouco mais a norte entra-se na zona polaca de Brooklyn. As pessoa têem um outro aspecto, falam-se línguas de leste e até os letreiros são escritos em polaco. Aqui é o sítio para encontrar bijouterias bimbas e retratos do nosso ex-papa.
Deste lado do rio dá para perceber como o Empire State é mesmo maior do que todos os outros mamarrachos. (não se esqueçam de descontar as possíveis intrepretações erradas oriundas da perspectiva.)
quarta-feira, 5 de março de 2008
Utah - Na Mormandia
Algures durante a visita guiada somos levados a uma espécie de planetário com uma estátua de cristo (lindissima e espectacular, de acordo com as duas guias). Ali somos convidados à introspecção enquanto ouvimos Cristo (sim! ele próprio) a falar de forma hollywoodesca através dos speakers. Começa com: "I am the Son of God..."e por aí fora. De acordo com o livro dos mormons, parece que Cristo após aquela coisa toda da cruxificação em Jerusalém, ascendeu aos céus e "voou" sabem para onde?... pois claro... para a América. Cristo foi para a América. Como eu, eu também fui para a América. Não sei bem o que fez por cá, nem quando se decidiu a partir, mas decerto que a informação deve vir no tal livro. Depois desta sala levaram-nos para um outro sítio onde nos mostraram as obras de caridade que a comunidade faz (até que é impressionante) e deram-nos um planfetos, umas coisas para meter a morada, o telefone e tal e lá me fui embora, confuso da cabeça. Sei o que podem estar a pensar, e a resposta é não, claro que não lhes dei os meus dados verdadeiros. Fiquei de fazer uma boa acção nesse dia, acção essa que viria a ser a de ter pago um shot num bar ao tal amigo japonês. Ele em retribuição fez a boa acção de me pagar uma cerveja.
E foi assim, um resumo dos meus últimos 5 dias. As fotos não são muitas nem são muito boas, não tive muito tempo para sair com a máquina, mas fica a ideia. A ideia que não fica é da o fascínio que o contraste de um sítio como este acaba por transmitir a um olhar mais destreinado. Esse fascínio guardo-o eu num outro álbum mais junto ao peito.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Dia 60(?) - I've Hurt Myself Today
Dia 59 (se não me engano)
No mesmo dia ainda coube uma viagem clandestina pelo elevador panorâmico do hotel Marriot, até à vertigem do 45º andar, uns hot-dogs mesmo à NY, uma passeata pela Union Square e East Village e uma noite pernoitada em Queens. Foi um bom Domingo.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Dia 52 - Kosova! Parte 2
No meio disto tudo, há que admirar os Nova-Iorquinos. Não há muita coisa que pare esta cidade (excepto talvez um par de aviões...mas isso é passado) A vida continua, e este foi mais um dia de festa. Sempre que passo por aqui, lá está este senhor a tocar para comer. E hoje não foi excepção.
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Depois desta coisa do Kosovo é provável que venha aí confusão. A Sérvia não gostou nada, e a Rússia também se sente enxovalhada. Os USA deram o empurrão porque gostam muito da liberdade, e a Europa não sabe muito bem pra que lado irá pôr a burra a mijar. Eu cá, faço votos para que o país basco, a catalunha, a galiza, a sardenha, a irlanda do norte, a flandres, a valónia, a bretanha entre outros, sejam acolhidos também em breve como novos países da comunidade internacional (só para falar na europa). Bem vindos à liberdade. Há lugares para muitos mais países. Muitas mais nacionalidades e bandeiras e parlamentos e governos e leis e heróis e moedas e feriados e essas coisas que cada país tem de diferente. E se o Alberto João quiser, fale com os USA que pode ser que eles lhe façam um jeitinho, nem que seja para ganhar (maior) influência geopolítica no Atlântico, no corridinho e na poncha (para não falar no Cristiano Ronaldo).
Dia 52 - Kosova!
Time Square foi invadida por uma parade de potentes carrões, com sérvios-albaneses=kosovares, com ar de mafiosos, mas com aquele jeito que parece que só os Europeus Orientais têem de estar na vida´. Diversão musculada e exuberante, frieza e brusquidão nos olhos e nos gestos. E claro, nesta ocasião, muita Alegria. Afinal de contas, o seu cantinho era agora um país, e as pessoas gostam de ter um país só para elas, autonomia e independência. Ah a Liberdade! Ah! as Bandeiras vermelhas! Ah a águia nas bandeiras vermelhas! Ah, quem me dera ver o Benfica campeão europeu antes de morrer!
Claro que a alegria balcânica choca com a paranóia Americana. A partir de certo momento a autoridade achou que os bárbaros kosovares não deviam ir no tejadilho. Claro que esta senhora acabou por gozar bem de alto com os polícias, disse-lhes que já tinha sobrevivido a muita coisa e que agora ia festejar como lhe apetecia. E lá continuou o carro com a menina no tejadilho, e os polícias yankees a coçar a cabeça!
No fundo, no fundo, acho que no Kosovo se vai viver muito bem. Pela amostra de carrões que estes senhores têem ao seu dispor, e pelo alto ratio grandes carrôes/pequenos carritos que vi na parade, imagino que no Kosovo a maior parte da população é constituída por oligarcas endinheirados.. (Ou isso ou estes são como os emigras de Paris de França que aparecem todos os Agostos pela terrinha de Portugal. Se calhar também em Portugal existem muitos mais oligarcas do que a gente pensa, e no fundo vive-se bem melhor do que parece!)
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Dia 51 - MacBetha-mos!
Dia 51 - Pelas Galerias de Chelsea
Depois há artistas (corajosos) que fazem exposições assim. Paredes pretas, uns rabiscos a giz (bem humorados por sinal) e pronto. Numa sala mais escondida, uns quantos quadros para quem queira comprar alguma coisa, isto porque acho que ninguém vai poder arrancar as paredes com os rabiscos a giz do senhor. Mas normalmente dentro de uma galeria haveria quadros/esculturas/instalações a expor, e catálogos para os que estivessem interessado em comprar. E acreditem que vi muita gente a sair com um tubo na mão...
As galerias maiores podem-se dar ao luxo de ter uma zona inteira com uma instalação roufenha como esta. Um lençol, umas ventoinhas e ligando-se as ventoinhas debaixo do lençol... um mar. Qualquer teatro amador já deve ter feito o mesmo no Auto da Barca do Inferno ou qq coisa parecida. Mas esta gente estava bastante interessada naquilo.
Depois há esta galeria, que é um edífico inteiro, com uma arquitectura extravagante e esculturas tipo esta. Acho que já vi alguma coisa deste senhor na colecção Berardo, com uma escultura bastante realista de um casal todo nu,. Não me lembro do nome do senhor, mas ele gosta de impressionar. Nisto das galerias, vi coisas que gostei bastante, e algumas que francamente.Mas isso é como tudo na vida, e sinceramente, não me queixo. Arte fresquinha, para mais de graça, venha ela!